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agosto 17, 2002

Tem outro conto meu na internet! É na Nave da Palavra e é um conto sobre lobisomens. Ele nasceu quando Mônica Virgo e eu íamos começar um conto em dupla. Ela sugeriu o tema: lobisomens. Uau... tremi nas bases, pois nada sabia sobre lobisomens, além de alguns filmes que tinha assistido, mas Mônica me tranquilizou, enviando um texto explicativo sobre eles. Então pensei numa história e mandei para Mônica. Ela tinha uma idéia um pouco diferente, e sugeriu que eu, sozinha, escrevesse o conto. Assim nasceu "Bananas, bananas..." que está na Nave da Palavra. E, junto com a Mô, escrevi "Mister Bonzo", que ainda permanece inédito... Por enquanto! Então, vampiros, leiam "Bananas, bananas..." na Nave da Palavra. Um conto de lobisomem escrito por uma vampira! E conheçam a própria Nave, pois é uma revista virtual de contos, crônicas e poesias muito boa!

agosto 15, 2002

Ontem Jô Soares fez a sua noite dos vampiros com o pouco que tinha à mão. Walter Alvarenga deixou a impressão de que os fatos que relata no seu livro "Meu Encontro com Drácula" poderia ser encarado sob formas completamente diferentes, conforme a pessoa que os está observando. Não li o livro, mas o que ele relatou é algo como: "encontrei um sujeito estranho, uma peça rara, nos EUA, numa estação de esqui deserta, que me deixou uma forte impressão, cujo motivo não consigo explicar, por isso aceitei a definição do próprio, de que era um vampiro." O cara não bebe sangue, anda de dia e a única razão, pelo menos pelo que se depreende da entrevista, é que é esquisitão. Bom, cada um de nós pode ter experiências marcantes por motivo diversos ao encontrar alguém de personalidade forte e fascinante. E nem por isso saímos por aí dizendo que são vampiros. Enfim, pode ter sido um mau dia do entrevistado, que não conseguiu passar o lado interessante da questão. Não acho que Jô atrapalhou o entrevistado, senti, inclusive, uma grande tendência por parte do entrevistador em amenizar as incongruências das respostas.

Depois, foi a vez de Marcos Torrigo, cujas medeixas bem-cuidadas serviram melhor para marcar presença do que o conteúdo fragmentado de suas respostas. Apresentado como uma espécie de cientista e pesquisador de vampiros, não apresentou nada demais, apesar de Jô se mostrar maravilhado com conhecimentos elementares como a citação do primeiro conto de vampiros, escrito por Polidori. Mas Marcos saiu-se bem melhor, valendo-se inclusive de seu carisma, e veio satisfazer a expectativa da platéia quanto aos conhecimentos básicos sobre o tema, desencadeando um clima de quero-mais no final.

De forma geral, ficou evidente a "carona" do Jô no tema vampirismo-gótico para divulgar a sua peça sobre Frankenstein e a nova novela global. Como tudo na midia, foi uma peça de marketing. Um Programa do Jô, completamente direcionado para vendas, sem muita sutileza na prática de merchandising. That's all, folks. Preparem-se pra invasão de vamps no mercado Global!

Olhem só, é engraçado como quem escreve é tão diferente dos heróis das próprias histórias. Basta como exemplo o Luís Fernando Veríssimo, que fez da timidez lendária o seu marketing pessoal. Nada mais lógico, já que ele é um ex-publicitário. E há mais outros, como Rimbaud, cultuado em seu próprio tempo mais pela sua aparência de ninfeto cheio de desafetos, do que pelo reconhecimento de sua obra. Rimbaud era na verdade um aventureiro amoral, que terminou seus dias como mercador de armas na África. Quem diria que o amante de Verlaine ia ter um final, digamos, tão másculo?
Eu disse autores diferente das suas obras? Há quem contradiga isso. Entre os escritores de terror temos o Ambrose Bierce, que possui um nome mais assustador do que a própria obra. Era um homem atraente quando jovem, e fez-se notório pela crueldade com que tratava suas amantes e oponentes, em grande número em ambos os casos. Esse senhor, jornalista de profissão, tinha uma língua ferina, e decorrente disso, a pena tão ácida que acabava transformando todos os seus amigos em inimigos. Incluíam-se aí escritores do calibre de Henry James e Jack London. Nutriu, no entanto, uma lealdade surpreendente pelo seu patrão, William Randolph Hearst, um homem detestável para a maioria de seus contemporâneos, para quem escreveu durante vinte anos. "The Bitter Bierce", como era conhecido, desapareceu aos 71 anos durante uma cobertura da guerra civil mexicana. E, nisso, não poderia ter sido mais fiel à sua obra, já que o tema de desaparecimentos misteriosos, seguidos de aparições de espectros assustadores era recorrente em seus contos. Quem sabe em que paragens anda o fantasma de Bierce perambulando em seu eterno mau-humor?

agosto 14, 2002

Hoje é o aniversário dela: Faye Valentine, garota-emblema de Cowboy Bebop. É esperta, sexy e completamente não-confiável. Um presentinho pros meninos que visitam o blog. Não se preocupem, amigas, logo mais, postarei mais homens apetitosos.



Name: Faye Valentine
Birthday: August 14
Age: 23
Sign: Leo
Blood Type: B
Height: 168cm
Seiyuu: Megumi Hayashibara

Where's she: easy come easy go

Toda mulher tem mil e uma maneiras de sair de uma depressão. A primeira, que acho que funciona também para os homens, é procurar alguém que não fique te perguntando "o que você tem?" o tempo todo, cobrando uma cara feliz sem ligar pra quanto isso custa a você. A segunda, por incrível que pareça, é muito simples: vá ao cabelereiro e faça a unha. Acho que essa opção não se enquadra na categoria unissex da anterior, mas geralmente os homens têm soluções equivalentes, como ficar admirando a furadeira ou repassando os maravilhosos parafusos que guarda na sua caixa de ferramentas.
Fazer a unha tem a magnitude de um ritual, o status de uma reverência senhorial dos tempos das casas-grande e senzala e a eficiência de uma mini-operação plástica.
Senão, vejamos: uma dama vem a você e instala-a confortavelmente numa cadeira macia. Enquanto tenta entretê-la com alguma conversa educativa sobre a pinta no pescoço de Gianecchini, pega as suas mãos, corta suas unhas, massageia-as com cremes e, por fim, veste-as com uma roupa nova, no meu caso, com um insidioso esmalte negro. Tudo isso você assiste, imóvel e inútil como uma nobre cortesã chinesa da dinastia Ming, que precisa de uma criada até pra se coçar. E as suas mãos, sua ligação direta com o mundo, caem na vida, fantasiadas de vamp fatal, escondendo a cor da carne decente sob o manto indecente de um negro brilhante. Assim, mais rápido do que uma novela das oito, você se torna outra. O anel de gato sorrindo um riso argênteo na mão esquerda, a cruz de ônix combinando com as unhas negras da mão direita, você, inteira, caninos afiados, a noite caindo na sua alma imortal... Uivos, uivos, garras à mostra, afinal!


agosto 11, 2002

O Dallas Sado-Maso de Laura Reese

Como todo leitor compulsivo, eu costumo perambular nas livrarias fuçando estantes, lendo orelhas de livros, parando aqui e ali para descobrir novos títulos para alimentar a pilha de livros não-lidos da minha cabeceira. Essa pilha tende a crescer à medida em que o meu tempo livre diminui, mas isso já é outra história... Voltando ao motivo dessa nota, numa dessas escavações, encontrei um livro de capa preta com uma ilustração em hot-stamping vermelho metálico. Você já viu aquela impressão que parece um papel laminado, desses de enfeites de Natal? Pois então: hot-stamping! E o desenho mostrava um abajur, cuja haste era uma mulher de roupas provocantes amarrada e encapuçada. O nome: "Desejo de Pânico" por Laura Reese, e, em letras menores, a informação: "autora de Falsa Submissão". Ah, bom! Agora, sim... e eu continuava sem a mínima idéia de quem era (rs).

Bem, sou fascinada por capas. Várias vezes comprei livros apenas porque tinham uma capa interessante. E, nesse caso, era óbvio que se tratava de um romance erótico, da linha de sado-masoquismo. Bem, bem... Curiosidade matou o gato? No meu caso, deu cabo de mais uma parte do meu pobre saldo bancário. Comprei o livro e comecei a lê-lo com uma rapidez espantosa. Afinal, na pilha dos não-lidos haviam autores e publicações muito mais cultuados. Mas eu estava realmente curiosa para saber como um autor especializado no erotismo escrevia. E, pelo número de citações no Google, Laura Reese é bastante conhecida lá fora.

A história tem um pano de fundo bem ao estilo american way-of-life soap opera misturado a um suspense policial. Imagine um "Dallas" servindo de motivo para longas cenas de sadomasoquismo, e você terá uma idéia do que vai encontrar. Mas o enredo não é ruim, muito pelo contrário. Há uma trama central mirabolante, mas eficiente como mote das cenas eróticas, que jamais são gratuitas ou vulgares, apesar de ir fundo em detalhes picantes e violentos. Os personagens são fraquinhos e estereotipados na sua americanice, mas a história conduz bem para um final apropriado. Além disso, ninguém compra esse tipo de livro para elucubrações cerebrais, certo? Pois é.

Para dar uma prévia: Carly (notaram o nome de heroína de folhetim?) retorna à sua cidade natal, Napa Valley, quinze anos depois de um grave acidente que, além de a deixar sem memória, desfigurou o seu rosto, que foi reconstituída por cirurgias. Alguém tentara matá-la. Ela desconfia de James McGuane, filho e herdeiro da família mais rica da região, e começa a aproximar-se dele. Mas ele tem uma atração especial para jogos sádicos e inicia-se uma relação ambígua e perigosa entre os dois... é isso.

As cenas de tortura física e psíquica, bondages, spankings e etc. são descritas com eficiência. O crescer do suspense se acentua, jogando o leitor num mundo de medos e de dores físicas. Fica claro que Laura Reese escreve muito bem, uma profissional experiente, que nunca deixa de cumprir a que veio. Enfim, um livro interessante, para quem quer conhecer algo na linha. E, para quem gosta, a referência: é também a autora de Falsa Submissão. É claro! (rs)

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