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agosto 24, 2002



Atendendo a pedidos... outro prato com o mesmo ingrediente. Deliciem-se!!!!!

agosto 23, 2002

Pois é, graças aos deuses da internet, somos universais, onipresentes, novos deuses virtuais. Através da internet conheci, nos últimos dois anos, alguns amigos que se tornaram irmãos de sangue, suor e lágrimas, tão próximos e tão íntimos como se os conhecesse a vida inteira. E a referência de espaço-tempo mostrou-se tão relativa que pessoas de outras cidades estão muito perto, enquanto os da porta ao lado parecem fazer parte de um outro universo.

Amanhã Mônica Virgo vem do Rio para São Paulo. Nem parece que nunca nos encontramos. Outro "irmão", Paulito, mora em Campinas. A caçulinha, Vanessa, no Rio, como a Mô. Tita mora no bairro ao lado. Ci a três quadras da minha irmã (de verdade). Por outro lado, Tetsuo, que mora em Sampa, vejo só de vez em quando. Adriano, que é também de SP, vejo cada vez mais raramente. As distânias encolhem ou se expandem ao sabor de milhares de fatores fora do nosso controle. Mas a internet continua lá, imutável, depositando mensagens no Outlook ou no blog, na sua capacidade inesgotável de devolver as relações humanas para a dimensão da palavra escrita.

Talvez seja por isso que as amizades conquistadas pela palavra se mostrem tão fortes, compensando com a intensidade das idéias e das emoções bem-escritas o vácuo da falta de um toque, da pele contra pele, da presença humana e calorosa de um amigo verdadeiro. O que eu constato, surpresa, é que após uma amizade sincera através da net, o encontro pessoal sempre tem se mostrado mais rica, mais próxima, mais íntima. Nunca somos estranhos a se encontrar. Apenas irmãos, companheiros separados momentaneamente. Por um acaso vivendo a centenas de quilômetros de distãncia.

E, enquanto isso, na porta ao lado, mora apenas mais um estranho. Um desses vizinhos, outro dia, se atirou do terraço ao lado do meu. Era um rapaz sorridente, falante e parecendo tão adaptado à vida, à vizinhança, à sua família também sorridente. Jamais saberei o porquê do seu ato. Apenas um estranho, como personagem de uma novela que não acompanho. Tudo é cada vez mais relativo. E a família nossa, sua, de todos, cresce a cada clic. Como já disse no início: graças aos deuses...

agosto 22, 2002



Huuuum... Hora do recreio. O lanchinho da vez é o delicioso Ewan McGregor, mais Trainspotting do que Star Wars. Não é uma gracinha? Ewan Gordon McGregor é highlander de Crieff, Escócia. Nasceu no dia 31 de março de 1971. Pra quem curtiu, a filmografia e outras infos em inglês de Ewan, que, além de ser o dono desse sorriso fantástico, é um ótimo ator: http://www.ewanspotting.com/film/

Então é isso, meninas. Ewan McGregor é o prato da noite...


agosto 20, 2002

Cometemos pequenos e diários assassinatos. Sob o aparente véu da inteligentsia e liberdade de expressão, tiranizamos amigos, pais, colegas e desconhecidos em geral. São pequenos olhares de repreensão por bobagens ditas por outros que consideramos menores, inferiorizados numa hierarquia que existe apenas na nossa cabeça. São finas ironias que agridem os que expõem opiniões que não são as nossas. Agressões gratuitas aos que nos amam, na certeza da impunidade de ataques dirigidos aos que são presas indefesas, reféns dos sentimentos que os unem a nós. Nós, que nos julgamos os mais sagazes, os mais cultos, os mais sutis, semeamos o mundo com a nossa incompreensão, ainda mais condenável porque parte de quem possui melhores condições para enfrentamento. Pois quanto maior a capacidade de realização e julgamento, maior deveria ser a condescendência, a paciência, a generosidade. E assim continuamos, reinando absolutos sobre um mundo imaginário, onde a ilusão de uma superioridade baseada no pensamento nos eleva ao nada. Nada a se gabar, nada a dar, nada a declarar. Guardando miseravelmente o nosso quinhão cerebral, julgando os pobres outros que vivem a sua vida alheios à suprema importância de uma discussão inútil e senil. Até nos darmos conta, de repente, que nosso poder é apenas a casca vazia de quem se sente rei num reino sem povo. Então subimos à mais alta torre do castelo de areia. Observamos o mundo inóspito que se descortina sob a nova visão que nos foi revelado. E sorrimos tolamente dos que ainda tateiam entre vaidades pueris. E, novamente, nos sentimos únicos, especiais, maiorais. Enquanto alguém nos observa do alto, rindo de nossa insensatez.

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