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novembro 01, 2002

LINHA DA VIDA

Dei uma volta pelos blogs e tem muito Drummond por aí. É muito bom perceber que pessoas diferentes curtem Drummond e citam suas frases, suas crônicas e poesias. E dá uma graaande inveja de sua imortalidade, esta sim, verdadeira. Daqui a quanto tempo ainda haverão pedras no meio do caminho e no meio do caminho haverão pedras? Muito mais tempo do que a eternidade que nós, amantes de vampiros, temos tanta fascinação. Há muito tempo atrás, uma garota, uma amiga, aprendeu sei lá de que forma boba, a ler mãos. Provavelmente em alguma dessas revistas femininas, que consideram esse tipo de coisa "assunto de mulher". Talvez seja mesmo, os homens nunca comentam sobre esoterismo, astrologia ou tarot. Mas, voltando à minha amiga, ela quis praticar a sua técnica recém-aprendida conosco, suas colegas de colégio. E, de brincadeira, pegou a minha mão e começou a procurar a linha da vida. Então ela olhou bem pra mim e disse: "Ué... A sua linha é toda entrecortada. E... meio curta." Na hora, virei pra ela e disse um palavrão ou algo pior. E ela continuou a me olhar fixamente e disse: "Você não vai ficar grilada, vai?" E eu: "Mas quanto é essa vida curta?" E ela: "acho que a sua linha indica uns... sessenta anos de vida!" Bem, ainda hoje, sempre me lembro dos seus olhos assustados, tentando disfarçar o choque ao constatar que eu ia viver bem menos do que as outras garotas ali. Eu ri. Ri muito. Que piada, eu não acreditava absolutamente em nada disso. E sessenta anos? Uma eternidade! Tantos anos, tanto tempo para se viver... Isso era ter a linha da vida curta? Bela b***... Eu achava que sessenta anos era tempo demais. A minha amiga, de quem perdi contato há muito tempo, nem deve mais se lembrar disso. Mas eu lembro, às vezes. E continuo rindo. Rio de mim mesma, que achava sessenta anos tempo demais...
Tenham uma boa noite de Todos os Santos, minhas queridas crianças noturnas.

outubro 31, 2002

E, misturando centenário de Drummond com Halloween:

DANÇA DOS VAMPIROS
Giulia Moon

Vlad amava Mina
Que amava Jonathan
Que amava Carmilla
Que amava Henfrey
Que amava milhões de pequeninos seres alados.
Que não amavam ninguém.

Mina fugiu com um doutorzinho de nome alemão.
Jonathan casou com Carmilla que deu à luz ao sétimo filho homem numa noite de lua cheia.
Henfrey, depois de uma temporada na Associação Protetora de Animais, foi se dedicar a uma ONG internacional.
Vlad mordeu Mina, o doutorzinho alemão, Jonathan, Carmilla e Henfrey.

E foi feliz para sempre.


A POESIA DA SIMPLICIDADE

Hoje é centenário do nascimento de Carlos Drummond de Andrade, o poeta de Itabira que fazia da simplicidade a maior das artes. Adoro Drummond, ele escrevia crônicas diárias no Jornal da Tarde, pequenas pérolas de observação do cotidiano, que me ensinou a ver a poesia nas pequenas cenas de heróis anônimos. Como ele, e o seu humor sutil e delicado, a leveza de suas frases, a inteligência de uma mente aguda mas extremamente low-profile, e, principalmente, é de se admirar o prestígio e o respeito que conquistou – sem sair de sua escrivaninha na Secretaria da Cultura do Rio de Janeiro - num país que preza mais a aparência e o espalhafato do que a discrição e o cavalheirismo. Para ler Drummond é preciso ouvir os que falam baixo mas profundamente, entender a sutileza de cada palavra bem usada e compreender e aceitar que cada manifestação da alma humana é tão importante, que não deve ser desperdiçada em palavras vãs. Mando um pouco de poesia de Drummond para vocês, em meio às minhas pequenas loucuras do cotidiano. Amo todos vocês.

As Sem-Razões do Amor
Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamento vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


outubro 28, 2002

H A L L O W E E N !
TRICK OR TREAT!


Travessuras ou gostosuras, já diziam os pimpolhos na noite de Halloween. Como crianças malvadas e eternas, nós saímos por aí, assombrando a noite de Halloween do Carcasse. Gostosuras de montão, encontrando amigos e conhecendo gente nova. Travessuras da máquina que não conseguiu registrar alguma fotos legais, como os que tiramos com o Deus Noite (fica pra próxima, Raul!) E muitas da Priscilla, nossa amiga e patrocinadora, que ficaram tremidas ou sem foco... Que pena! Enfim, vamos às fotos. Divirtam-se!


Olhem só que figura assustadora... Dizem que é a alma penada de uma escritora que guarda passarinhos mortos no freezer... Ela não tem pena deles, tadinhos... Que medo!


Não somos meiguinhas? Carmilla, a vamp-mistress de sacanagens, e eu... Ah, como as aparências enganam! Principalmente a carinha doce de Carmilla, claro!


Aff... A escritora e a sua obra. PODEROOOOSA! Não se esqueçam: Relações de Sangue de Martha Argel, pessoal. O mais novo sucesso da literatura vampírica!


Olhem quem chegou!
Paisley, Nnato e Agnes, amigos blogueiros assombrando o Halloween. Já devidamente munidos com o livro da Tita!


Nós todos... Priscilla Jarra, nossa amiguinha vampublicitária, Nnato, eu, Carmilla, Tita e Pais. (O "ley" ficou fora do enquadramento da foto!)


Oia eu... No comments.


Nnato e Tita. Nnato, com essa carinha séria arrasando! E Tita, como sempre, com o seu sorriso demolidor! Que dupla de vamps sedutores, hein?


Olhem só que desencaminhados... Carmilla e Paisley, dois vamps perdidos numa noite suja... Ou não.
Ah, vocês pensaram que não ia ter o "ou não" hoje, né? Hahahahahahahahaha!


Olha a gente de novo! Depois de tanto esforço da simpática Agnes pra clicar naquela escuridão, não ia deixar de colocar mais uma foto aqui. E com o Paisley inteiro, desta vez. Brigada, Agnes!!!!

Bem, aí está, crianças, a nossa noite de Halloween. E não se esqueçam de chutar latas de lixo e fazer muitas travessuras na noite de Halloween, hein?

CONTOS CURTOS, PEQUENOS GRANDES PRAZERES!

Oi! Aqui vão alguns microcontos meus, postados para um desafio lançado na Tinta Rubra. Idéia de Paulo Castro, que agitou os escritores de caninos salientes do grupo, que estão soterrando as caixas postais com dezenas de microcontos. Bem, nunca tinha escrito algo tão curto assim, vamos ver o que vocês acham...

Um dia especial
Foi sedução, fogo, loucura. Pensei em eternidade, pensei em amor verdadeiro. A noite, que deveria ser só mais uma entre tantas, tingiu-se com as cores da paixão. Ele, o frágil mortal. O alimento para matar a minha sede de vampira, transformado agora em objeto de adoração. No dia seguinte, aqueles que encontraram as minhas cinzas sob o sol souberam. O dia da caça chegara à noite e partira de manhã.

A lição
Correndo, correndo, chego ao covil do meu mestre. Abro as trancas centenárias e lanço-me ao seu encontro. Que decepção! Deixou apenas cinzas ralas e insípidas aos seus discípulos... A eternidade pode ser algo muito, muito tedioso.

Faça sexo com Gertrudes
Se puder, grite. Se quiser, pragueje, morda, pule. Meta a boca no mundo, garoto. Ou as bocas do mundo vão meter você pra dentro. Sou o seu monstro do dia, é só o que temos para o momento. Milhões de bocas o aguardam, querido, neste corpinho que a terra e Mac hão de comer. E com sinal de mão única. Sem volta, saca? Vamos resumir este longo processo: sexo com a Gê, aqui, e você vai... Ah, não importa. Vira-vira-vira, virou! Bem-vindo ao mundo das monstruosidades, otário!


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