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dezembro 07, 2002

BIODIVERSIDADE NOTURNA

Oi! Semana cheia e não tive tempo para atualizar o blog. Isto aqui tá parecendo jornal velho, abandonado. Acho que já devem estar odiando o meu pobre poema, pois aqui é como no rádio ou tv. Até a música ou filme mais interessante do mundo fica parecendo chatérrimo depois de ouvido ou visto muitas e muitas vezes. Na próxima, deixo aqui algo do meu pior inimigo... Vou denegrí-lo pela superexposição, o que acham?

Ontem, Tita, Cíntia e eu comemoramos o aniversário de Priscilla Jarra no Salamandra. Todo mundo enrustido em indumentária normal. Tita usava até uma mini estampada com florzinhas... How sweet tratando-se da criadora de Lucila, a Vampira! Noite da biodiversidade: alguns góticos, muitos trintões para curtir o som anos 80, adolescentes chatos que empurram você, furam fila e guardam lugar uns para outros no (pasmem) balcão do bar, encrenqueiros bêbados que importunam os outros, peitos e bundas com excesso de amor para dar e até um cara com a camiseta dos Beatles. Nada muito notável a se olhar ou conhecer. Conclusão: a normalidade é chata. Se não fosse pela companhia da Pris, e de seus amigos Daniel e Melissa, a noite estava muito morna apesar do clima de Saara aqui em Sampa. Em festas góticas você tem tudo isso também, mas com a visão de uma fauna interessante desde o seu comportamento surpreendentemente normal até as penugens e adereços exuberantes. Acabamos a noite, como sempre, numa conversa gostosa no Franz Café da Avenida Aclimação, a poucas quadras do apartamento da Cíntia. Uma noite esquisita.

Daqui a pouco vou sair para ir a um casamento. Gustavo é filho do meu amigo Carlinhos, eu o vi criança e agora vai se casar com uma bela nissei. Hum... acho que vai ser uma outra noite de observações, mas um pouco diferente. Talvez olhando para dentro de mim mesma e pensando no tempo, que não pára de correr. C'est la vie... Beigius, crianças, tenham um ótimo fim de semana.

dezembro 03, 2002

Sem lua em noite nublada. Ouçam "Moon Over The Bourbon Street" de Sting. Boa noite, crianças.

À NOITE...
Giulia Moon

À noite, somem estrelas entre vagas nuvens.
É lua nova, o céu vazio por mais um quadrante,
Noite escura, refúgio de medos, culpas, horrores
De almas sem cores, plenas de estranhos poderes.
Seres e não-seres escorrem e correm na paz errante
Da sombria noite de uma lua ausente.

A noite antiga hospedava fêmeas bizarras
De finos rostos, marfíneas garras,
Diversidade e vaidade da cor, espécie, dolor
Dos que assopravam venenos e exalavam amor.
Perseguiam criaturas virgens, castas e puras,
De ancestral beleza e ardente calor.

A novíssima noite acolhe os inférteis amantes,
Falsos não-seres de almas murchas, poentes
Como a água morta sob a capa do asfalto.
Noite de escuridão, tola ilusão, no alto.
No morno cenário de lua-cheia de plástico
Dançam os clowns no plasma patético e ético.

Na lua nova da noite clara de néon,
Novíssima noite, és do circo a maior atração.
Prosaica noite dos sonhos médios, remédios,
Estatísticas estáticas de medíocre ilusão.
Noite, olho opaco, cega e amarga irmã...
Mistério antigo, palco maldito, amante infiel!

Novíssima noite, caríssimo afago, estranho prazer!
Derrama as lágrimas dos tolos, exige sacrifícios em vão.
Na nova noite do fazer, do lazer e do raio laser
Escuridão, podridão, ilusão de solidão...
Negra noite, perfeita noite ou simplesmente noite...
Estás, para todo o sempre, além do perdão...



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