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fevereiro 07, 2003



QUATRO PÉS
Giulia Moon


“Four legs good, two legs bad”

Frase de Orwell.
Well, well, igual a quatro.
Bad, bad, igual a dois.

Bed, bed, refúgio sem ruído,
De um cérebro animal ferido
Prostrado na cama, vegetal,
Mineral, animal.
Que é igual a bom.
Evolução é continuação.
De um movimento de tração...
Humanamente animal.

Levante os quatro pés.
Reinicie a conversação.
Dois mais dois são quatro?
Ou sim.
Ou não.

fevereiro 05, 2003

HORROR REAL

Desde o final do ano passado estamos em meio a uma onda de acontecimentos bizarros. Se não, vejamos: filha mata descendente do Barão Vermelho, lendário herói alemão, e sua esposa a pauladas com a ajuda do seu namorado. Neto assassina avó e a empregada. Garoto franco-atirador promove uma sessão de tiroteio na sua escola porque os colegas o chamavam de gordo. Cirurgião plástico mata a ex-amante e a esquarteja após arrancar a pele do seu rosto. Produtor musical e esposa atiram um bebê sobre o pára-brisas de um outro carro e quase matam a filha de 6 anos de pancadas. Além da violência, em si, os detalhes bizarros são dignos de figurarem em algum circo de horrores. Pessoas de classe média-alta que enlouquecem, passam por cima das mais sagradas regras de humanidade. Inacreditável.

E, por falar em circo de horrores, essa prática degradante foi muito popular no século dezenove. Há inúmeros casos de exploração sensacionalista de deformidades físicas e psíquicas que envergonham, até hoje, a nós, como parte da raça humana. Todos conhecem o Homem Elefante, graças ao ótimo filme. Mas, para mim, não há caso mais impressionante do que de Julia Pastrana. Nascida no México, de origem indígena, Julia Pastrana era conhecida como a "mulher babuína". Embora fosse jovial, agradável, falasse fluentemente o inglês e o espanhol e cantasse muito bem, até o fim da vida - e posteriormente à sua morte - foi tratada como uma aberração de circo. Casada com o seu empresário Theodore Lent, foi exibida por toda a Europa e nos Estados Unidos na década de 1850. Julia Pastrana tinha grande parte do corpo coberto de pêlos e uma mandíbula saliente e superdesenvolvida. Quando morreu em decorrência de complicações no parto, o seu corpo e o de seu bebê foram embalsamados, com a aquiescência do seu viúvo e empresário, por um professor russo. O seu amado marido continuou a ganhar dinheiro, desta vez com a exposição da múmia da esposa e do filho, até falecer. Depois dele, a múmia de Julia e seu filho passaram por vários museus e exposições, sempre sendo explorados por diferentes pessoas e instituições durante 110 anos. Em agosto de 1976, o depósito onde estavam guardados, em Oslo, foi saqueado. O vestido de Julia foi rasgado e a mandíbula e os braços do bebê, arrancados. Os restos arruinados da pequena múmia foram jogados num canal próximo. Solitária, a múmia de Julia, após mais algumas peripécias, encontra-se hoje no Instituto de Medicina Legal de Oslo.

O horror real bate a ficção em muitos aspectos.


"Galeria de Curiosidades Médicas" - Jan Bondenson, Editora Record.

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