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fevereiro 22, 2003



TEIA
Giulia Moon

A nossa teia...

De vias de fato, extratos, retratos na internet.
Corporal, extra-sensorial, floral de Bach.
Inter-ligações perigosas de amores e calores proporcionais.
Ou segurança de conhecidos deveres fraternais?

A nossa teia...

Elos ficcionais como múltiplas realidades virtuais.
Compromissos reais como as virtudes primais.
Mix maluco, um passado meio-amargo tribal.
Lembranças penduradas numa imensa teia-varal.

Vídeo aracnídeo écran.

Coerência na aparente demência.
Sem pesar.
Sem pensar.
Gertrudes ruge.
Rouge batom.
Rosas são rosas são horror-rosas.

Monstros nascem em jardins de infância.
Fancy tales fáceis.
Quem crescer, azar...

22 de fevereiro de 2003

fevereiro 21, 2003

SÁBADO NA PRAÇA

Amanhã vai ter novo número do Jornal da Praça. Sai finalmente o conto "Toys" de Estela Zardo, Stell, escritora-vampira da Tinta Rubra, na coluna permanente do grupo. Vou estar por lá, na Praça Benedito Calixto, com Martha Argel e talvez Carmilla - se ela aceitar o nosso convite - a partir de umas 15 horas. Procurem por nós no stand do Autor na Praça ou na livraria e café Alberico Rodrigues, na própria praça. Fica o convite pra todos vocês, amigos blogueiros. Ou não. Venham, venham...
Beigius, crianças!

Bom, tentando postar depois de levar um susto com a mensagem de que o meu blog estava fora do ar... Vejamos se este post vai aparecer... O texto é de ontem à noite.

UMA JANELA PARA O PERIGO

Olhem só. Sempre achei que o nosso escritório assemelhava-se ao cenário da “Janela Indiscreta”, filme de Hitchcock. Pela nossa janela do décimo andar, posso observar quase todas as janelas do prédio residencial ao lado, além de contar com outras vistas privilegiadas. Já surpreendi meus amigos observando as garotas tomando sol na piscina. Tudo bem, a carne (deles) é fraca. E (a delas) é tostada de sol. Muitas vezes, trabalhando até tarde nessas noites tórridas, eu mesma vi uns rapazes sem camisa, passeando pelos quartos. Eles sabiam que eu estava olhando, claro. Assim como eles ficavam nos observando. E por aí o jogo segue naturalmente, sem grande stress.

Hoje, porém, um alvoroço na sala ao lado. Camilla, a nossa produtora, gesticulando e gritando pela fresta da janela basculante. O resto da agência em volta, olhando para uma janela do prédio vizinho. Lá, uma velhinha gesticulava nervosamente, cena de Hitchcock. Será um crime, alguém vai pular? Ou era apenas uma performance publicitária? Entre pássaros e aviões, a super-explicação: a velhinha chamara a atenção de Evelyn, arte finalista, gesticulando da sua janela. Como Evelyn não entendia nadica do repertório gestual da nossa vizinha, chamara Camilla, que conseguiu entender mais ou menos o seguinte:

“Seus malucos distraídos! Ontem, o ar condicionado de vocês estava pegando fogo. Senti um forte cheiro de queimado e vi a fumaça saindo. Gesticulei e chamei e nada de vocês olharem pra cá. Esse aí (apontando pra Beleto, o diretor de arte) passava pra lá e pra cá sem dar a mínima. Vejam se resolvem esse problema, pois não quero saber de incêndios aqui, bem ao meu lado, ouviram? E façam o favor de prestar mais atenção, pois estou cansada de estrebuchar pra falar com vocês!”

Vejam a situação da velhinha: assistindo a tragédia se desenrolar e sem poder fazer nada! Bem, está certo que isso tinha sido ontem e ela deixou o perigo rolar mais ou menos 24 horas, teimando em estabelecer a comunicação by window... De qualquer forma, vamos examinar o ar condicionado e não vamos dar chance pra um crime acontecer.

Moral da história pra quem trabalha ou mora próximo de janelas indiscretas: cuidado com velhinhas e condicionadores de ar. A vítima pode ser você!

Boa noite, crianças. Beigius indiscretos!





fevereiro 16, 2003

GUERRA-PAPÃO
Giulia Moon

Guerra-papão, brinquedo de armar
De entes doentes, deuses ONUpresentes,
Seres pensantes que querer é poder.

Guerra de preços, de dúvidas, de vidas,
Dívidas nas mãos de Midas puídas.
Guerra de erros, de berros, de enterros,
Conversa de letras, de câmbios, micróbios,
De micros, de gigas, de-mentes, repentes.
Ou quem sabe, só o epílogo,
Tragicômico epitáfio ilógico
De um simples game eletrônico?

Sacis, iaras, mães de ouro, curupiras,
Botos, lobisomens, vampiros, chupa-cabras,
Enviem um sopro de razão
A quem pode dizer não
A esta situação.

Guerra-papão,
A Cuca vem te pegar!
Valendo, três... dois... um.
Preparar...
Apontar...

Fogo, nunca mais!
Nunca.
Mais.



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