< <$BlogRSDUrl$>

março 14, 2003

SEBO NAS CANELAS...

Ando fascinada por livros velhos. Andei fazendo compras em sebos e achei algumas raridades como o livro de Alfred Hitchcock, "13 Histórias que Até a Mim Assustaram", uma coletânea de contos reunidos pelo velho mestre do suspense, edição de 1967. São autores desconhecidos, pelo menos para o público comum, na maioria americanos e ingleses. Há um conto, chamado "Uma Morte em Família", de Miriam Allen deFord, que traz como base a idéia de embalsamamento de cadáveres para mantê-los em poder dos vivos por tempo indefinido. Lembram-se de "Psicose"? Pois é. A maioria dos contos são mesmo bons, com exceção de "A Ameaça do Fundo do Mar", de John Wyndham, um conto de ficção científica que está, irremediavelmente "datado" no ritmo arrastado e no tamanhão, quase 140 páginas de leitura aborrecida. Minha modesta opinião, claro.

Agora estou lendo um exemplar de 1958 de "Obras Primas do Conto de Terror", reunidas por Jacob Penteado, Livraria Martins Editora. Uma coletânea de terror pré-Stephen King... É engraçado ler uma coletânea sem ele, um ícone da literatura de terror. Mas o livro é de respeito: contos de Poe, Prosper Merimée, Henry James, Verlaine, Conan Doyle, Pirandello, Gabriel Marques... Com um texto explicativo curto sobre cada autor. E, um conto de vampiros interessante: "O Vampiro" de Henry Kuttner, roteirista de Hollywood, que transporta o clássico vampiro europeu para o cenário de astros e estrelas de cinema, mantendo inalterado o espírito gótico do personagem. Gostei bastante.

O engraçado, mesmo, é imaginar que esses livros já foram propriedade de alguém. Às vezes tem até nomes escritos nas páginas iniciais, como se o proprietário estivesse certo de que seria o dono eterno da brochura. Ou mesmo autógrafos dos autores, com suas ilusões de eternidade na fama. Morro de pena ao ver tesouros de grandes escritores nos sebos, abandonados e expulsos de seus lares, rejeitados pelos donos que os descartam, sem dó, após uma rápida leitura. Ou imagino a dor dos escritores ao encontrarem uma pilha de seus livros sendo oferecidos como promoção, a R$2,00 ou R$3,00. Mas, para quem não pode pagar os preços altíssimos de livros novos, são uma verdadeira alegria... E, acredito, ao serem adquiridos, os velhos e gastos livros do sebo lá se vão, também felizes, para outra moradia. Agora poderão servir de distração e deleite a outros leitores novinhos em folha, reanimando suas páginas, remoçando suas folhas embotadas com uma nova vida...

Boa noite, leitores. Sonhem bem e tratem bem os seus livros...


"O Etimologista" - Edmund Dulac

março 11, 2003

GAROTO...

Por que não? Você, garoto que se exibe na janela, por quantas fantasias anda sua mente saudavelmente sexual? Quando estica seus braços, num lânguido e elástico espichar de músculos bronzeados em alguma praia distante e observa o pôr-de-sol, o bíceps firme, macio, ao sabor da brisa fria do fim de dia... Que belo movimento de braços magros mas musculosos, erguendo-se, elevando-se, subvertendo o movimento descendente do dia para o clímax no espírito de quem te assiste, anônima, a poucos metros e longo alcance? Janela alumínio-padrão, moldura-limite, medida universal insuficiente para conter o corpo jovem que se oferece a todos e a ninguém. Ah, que pena, a visão permitida termina onde começam as fantasias e termina a moral e os bons costumes. Gosto de mar, gosto de sexo, gosto de juventude, gosto de prazer num dia que morre sem cerimônia de adeus. Adeus. Garoto, garoto, recolhe-se ao obscuro espaço de outro mundo. Outros olhos, desejos e carinhos, para além da moldura que te engole, ciumenta, para outras exibições. Palmas. Cortina rápida, sem bis. Apenas o gosto doce de um momento de calor... Talvez um até amanhã!

março 09, 2003

STEPHEN



Este é Stephen Moon. Liberado, centrado, gato. Vejam o olhar dele. Pode ser de espanto. De pensamentos profundos. Ou sacanagem mesmo.
Signo: aquário, no sentido de caber muitos peixinhos dentro dele.
Estado civil: amascoteado a uma única dona até agora. Mas não convicto.
Profissão: gato de companhia (as más línguas o chamam de gigolô - ou gatolô, mas Stephen nega com veemência. Tudo o que faz, faz de graça).
Sexo: macho, embora tenha nascido com essa pelagem de arco-íris (argh). Laço de fita, não, é gravata borboleta, pô.
Música: Love Cats de The Cure. Pet Cemetery de The Ramones.
O que mais ama: Peixes, Priscilla Jarra, Sexo.
O que mais odeia: ficar longe dos itens anteriores.
Frase: Miau.

"Cats are intended to teach us that not everything in nature has a function."
Garrison Keillor, american humorist and writer.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?