Uma semana quase inútil. Trabalhei, revi amigos que não via há quase um ano na terça, num evento de publicitários.

Aí a coisa legal: lá pelas onze, a lua estava linda, embora não estivesse mais cheia. Dava para ver tão bem, pairando acima do gramado vazio, a poucos metros de onde a festa rolava. Blues e velhos hits dos Stones e Beatles. Sou uma garota antiquada, gosto disso. No ano passado, na mesma festa, Big Paul Arnoux estourou a boca do balão com a sua WingHead. Rock de punch. Neste ano, foi o Ricardo Corte Real com a sua banda de blues. Ele é um bom profissional. Dá pra ver que ama essa música. Canta bem, toca e encanta. Mas Arnoux é diferente. Fiquei com saudades dele. Voltando ao luar, um outro Ricardo, meu sócio, começou a falar do conto que mandei pelo email. Eu sempre envio a alguns amigos, desde o início, os meus contos em primeira mão. Chama-se "O Monstro que Devorou a Lua". Ele sentiu intensamente o conto. Fiquei lá, ouvindo-o falar do conto, como se estivesse ouvindo a mim mesma, tão perfeita era a sua descrição do que sentiu. E a lua lá, no alto. Uivos mentais invadindo uma noite de negócios.

Bom, este poema fiz esta semana...

ESPELHO VAZIO
Giulia Moon

De dentro do espelho d´água
Chama o rosto frio
Vem, vem, para o meu regaço
Entra em mim
Desapareça sem traço
No espelho do rio
Que corre pra nunca mais...